Eu via o infinito. A serra costurava o horizonte e se entrelaçava
com a abóbada celeste. Quase como num quadro, verdes e azuis eram um só. A vista,
muito melhor que a mais cobiçada paisagem de Monet, tinha meus próprios olhos. Cada
nuvem transmitia um sonho, o cheiro de mato fresco lembrava infância...
A melodia serena não era quebrada pelo papaguear das pessoas.
Ouviam-se apenas pardais, tico-ticos, tizius, bem-te-vis e o assovio da brisa
gélida. Foram minutos de paz profunda, quando não existia amanhã, tão pouco
ontem. Nada mais era relevante naquele momento, ele em si bastava para
perdurar na eternidade.
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