quinta-feira, 4 de julho de 2013

A máquina de escrever.

Engraçado como depois de alguns anos qualquer som vira verso, pessoas nascem personagens e amores, poesia. Escrever passa a ser necessidade, uma torneira esquecida aberta que fica lá, com o fluxo inconstante, ora escorre ora pinga. O fardo de segurar a vida do leitor nas mãos aliena um pouco, nunca se sabe o que seus versos despertarão no outro. E a prosa? Ah, a prosa é solidão, é companhia. Rosa é mulher, mulher é bicho, bicho fala, falar é melodia. Ser poeta dever sina ou anarquia, viver nesse barco a vela sem ter onde ancorar dá certo frio na barriga. Tudo ri, tudo rima. Até parece um beco sem saída, quatro paredes de um quarto lógico, a cama amarrotada, a fama descartada. Sem janelas para fora, apenas duas para dentro d’alma. Quinas na penumbra, a máquina meio enferrujada... Tec, letra. Tec, outra letra. Tec, mais uma. Tec, ponto final. Fim.

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