terça-feira, 21 de janeiro de 2014

É questão de gosto.

Eu gosto de gente que sorri com a cara inteira. A boca arcada, os dentes se mostrando por vontade própria. As maçãs do rosto elevadas, as linhas de expressão contornando o nariz. Os olhos brilhando e mostrando a alma sorrir. Gosto de gente que sabe ser mistério, que não se entrega na primeira palavra. É de minha natureza querer mergulhar no desconhecido e desvendá-lo. Aos poucos, dissecar cada pincelada de um quadro, provar cada sabor de um relato e apreciar a moral de todos os traços de uma viagem. Eu gosto é de gente que age no improviso, que sai da teoria e a contradiz. Uma conversa tímida, uma piada sem graça, um tropeço, um amasso. Um instinto e dois compassos. Já se tem uma música de surpresa. A inesperada valsa dos lábios que gesticula um papo solto. Gosto de quem sabe viver e muito mais de quem sabe que viver é errar escandalosamente.  Tá aí: gosto de gente que não tem vergonha da loucura que é. 

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