Querido João, sinto sua falta.
Como tantas outras
Marias sentem falta dos seus Joãos.
Como tantas outras mães que acodem o grito dos seus filhos
na promessa de comida na mesa. Como tantas outras esposas que sentam na beira
da cama e choram em silêncio à beira do abismo. Como tantas outras
trabalhadoras que rezam por uma gota d’água na seca do sertão. Como tantas
outras que suplicam à Deus em vão. Como tantas outras de pele rachada que
vendem tudo o que têm para ter menos ainda. Como tantas que só esperam.
Sou como tantas Marias que desejam ser Julieta. E você é como
tantos Romeus inventados.
Mas sinto sua falta, João. João você. João meu. João único.
E cansei de pensar em quantas léguas nos separam, quantas
estações nos distanciam. Quantas paisagens, quanta gente... Quanto tempo.
Com a força de todas as Marias, peço que você volte. E com o
meu amor, peço com urgência. Volte, João.
A saudade já contornou o mundo em busca de seu sorriso
caminhando pela estrada.
Espero que ela tenha o encontrado,
Sua Maria.
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