quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Elefante branco.

Vivendo na penumbra da rotina.
Fugindo dos dias.
Isso que é existir!
Apenas.
Cumprindo a pena perpétua.
Sentença certa, sem hora marcada, sem pressa.
Pagando os erros meus.
Seus e nossos.
Crimes vira-latas, sem dono.
De todos.
O inferno na Terra, purgatório divino.
Condenados, nós, a respirar,
Sucumbimos.
Esforçamo-nos para fartar, portanto, os dias
de vinho, pão e regozijo.
Sem propósito algum, me satisfiz com isso.
"Viver ao extremo." - pensei.
Uma trilha de cachoeiras de adrenalina.
Regozijo, pão e vinho.
Tanto do último que dei de cara com a sarjeta.
Desfiz-me em migalhas de desespero.
"A vida é um elefante branco!" - gritei.
O feijão congelado na vasilha do sorvete.
O tapete persa na sala mesquinha.
A crise de abstinência.
Nicotina! Nicotina!
"A existência era meu trago ansiado..." - suspirei.
O labirinto de fumaça, o sofá, o vulgar, a inércia, o copo sem cachaça...
O cais do meu corpomentealma.
O azul jogado ao mar, o vermelho na garganta.
Viver é aceitar as sombras da existência.

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