segunda-feira, 28 de abril de 2014

Café.

Eu.
Meu corpo na cadeira.
À frente, a mesa.
Sobre a mesa, a xícara.
O líquido no interior da xícara.
A escuridão do líquido.
O vapor da bebida negra.
As mãos.
Minhas mãos ao redor da xícara.
O calor da louça pálida.
O calor na pele.
A pele das mãos.
A pele dos lábios.
A boca na louça.
Quente.
O amargo na língua.
O doce na língua.
A mistura de gostos.
Os gostos na garganta.
A garganta aquecida.
O peito aquecido.
A satisfação do corpo.
O conforto da alma.
A alma na xícara.
A alma da bebida.
Nos dias corridos.
Nas noites compridas.
Sempre que necessário.
O grão lendário.
Moído, embalado.
No coador, na garrafa.
No ritual diário.
Sempre presente.
O café.

Nenhum comentário :

Postar um comentário